O filme

“Em três atos” se insere no quadro de um filme entre a ficção e a não ficção, uma proposta de  ensaio poético que vem explodindo no cinema mundial. O limite cada vez mais tênue entre ficção e documentário vem permitindo que se  trabalhe sem enquadramentos preconcebidos.

O filme trata de finitude e continuidade, velhice e juventude trabalhando com o corpo, através da dança contemporânea e com a palavra, em textos de Simone de Beauvoir.

A dança, coreografada por João Saldanha, é ao mesmo tempo uma

 

homenagem a Angel Vianna, um ícone da dança contemporânea brasileira, que participou do filme aos 85 anos.

Angel dança com Maria Alice Poppe, sua ex-aluna, que está no auge do seu vigor. A esse espetáculo de dança, que faz um contraponto sem clichês entre esses dois corpos, se agrega os textos de Simone de Beauvoir interpretados por Nathalia Timberg e Andrea Beltrão. Esses textos são livremente inspirados em entrevistas da autora, nos livros “A velhice” e “Uma morte muito doce”, em que a escritora escreveu sobre a morte da mãe.

 

Imagem de cena do filme Em três atos, de Lucia Murat

Realizado em parceria com a TS Productions, com quem a Taiga já co-produziu “Quase Dois Irmãos”, o filme conta com o apoio francês de Milena Poylo, Gilles Sacoud e Céline Loiseau, responsáveis pela negociação com a Editora Gallimard, detentora dos direitos de Simone de Beauvoir.

Personagens

Intelectual

A personagem da intelectual é livremente inspirada em Simone de Beauvoir (1908 – 1986) e utiliza muitos de seus textos e entrevistas. Basicamente, aqueles que tratam do envelhecimento, resumidos no seu livro “A velhice” e aquele que escreve sobre a morte da mãe (Une mort très douce),  um relato muito emocional e que se destaca na sua bibliografia. Para Sartre e muitos críticos, esse pequeno livro é o seu melhor livro. A intelectual é interpretada em dois momentos distintos de sua vida: aos 50 anos, pela atriz Andrea Beltrão, e aos 80 anos, pela atriz Nathalia Timberg.

Imagem de cena do filme Em três atos, de Lucia Murat

 

Imagem de cena do filme Em três atos, de Lucia Murat

Angel Vianna

Um ícone da dança contemporânea brasileira. Angel dança e observa o corpo jovem de Maria Alice realizar movimentos que não pode mais, ao mesmo tempo em que seu corpo vive e se expressa com o peso da vida. O espetáculo de dança do qual partimos é um experimento coreográfico que justamente celebra os 85 anos de Angel, dos quais 60 dedicados inteiramente à dança.

“Toda metamorfose é sempre aterrorizante. Eu me lembro  que quando eu era criança e entendi que um dia me tornaria adulta, fiquei aterrorizada.”

 

Maria Alice Poppe

Introduz uma dança vigorosa e poética. Bailarina e professora formada em dança moderna e contemporânea, é graduada em Licenciatura Plena em Dança pela Faculdade Angel Vianna. Apresentou-se em inúmeros festivais no Brasil e no exterior.

Imagem de cena do filme Em três atos, de Lucia Murat

Imagem de cena do filme Em três atos, de Lucia Murat